Projeto EPHE (EPODE for the Promotion of Health Equity)
A prevalência da obesidade infantil constitui um dos grandes desafios de saúde pública atuais. A par do problema da obesidade, também a redução desigualdades sociais na saúde, tem sido considerada como uma prioridade política a nível internacional. Estudos recentes, um pouco por todo o mundo (Espanha, Suécia, EUA…) têm sugerido um abrandamento ou até mesmo redução da prevalência da obesidade, ao mesmo tempo que evidenciam um aumento das desigualdades sociais na prevalência desta doença. Assim, a prevalência da obesidade parece estar a diminuir nos grupos da população que pertencem a um nível socioeconómico mais elevado, mas continua a aumentar nos grupos mais vulneráveis do ponto de vista socioeconómico.
Diferentes estratégias para promoção de uma alimentação saudável têm sido amplamente desenvolvidas. Porém, as intervenções desenvolvidas têm-se focado essencialmente na informação e educação dos cidadãos com vista à mudança comportamental individual. Poucos são os estudos que têm avaliado o impacto destas intervenções e, apesar da evidência científica nesta área ser pouco consistente, existem alguns estudos que demonstram que algumas destas intervenções têm uma menor efetividade nos indivíduos de nível socioeconómico mais baixo.
O Projeto EPHE, um projeto financiado pela Comissão Europeia e apoiado pela Organização Mundial da Saúde, tem assim como objetivo central avaliar o impacto de intervenções de promoção de hábitos alimentares saudáveis e de atividade física na redução das desigualdades sociais na saúde, em crianças em idade escolar dos 6 aos 9 anos. Para alcançar este objetivo, o Projeto EPHE prevê a implementação de medidas de promoção da saúde em quatro grandes áreas: 1) promoção do consumo de hortofrutícolas, 2) promoção da ingestão de água, 3) promoção de hábitos adequados de atividade física e 4) promoção de hábitos adequados de sono.
Este projeto, apresenta-se assim como um estudo piloto, desenvolvido por um período de 3 anos (2013-2015) em simultâneo em 7 comunidades europeias (Bélgica, Bulgária, França, Grécia, Holanda, Portugal e Roménia). A Direção-Geral da Saúde, no âmbito do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), é parceira deste projeto pioneiro na área da redução das desigualdade sociais na saúde.