Excesso de peso e obesidade em Portugal

Segundo o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF), 2016, a pré-obesidade atinge 34,8% da população portuguesa e a obesidade está presente em 22,3% dos portugueses

Figura 1. Prevalência de pré-obesidade e obesidade em Portugal, 2015-2016. Fonte: Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, 2015-2016.

Quando analisadas as prevalências de obesidade e pré-obesidade relativamente ao nível de escolaridade, verifica-se que estas são sempre superiores nos indivíduos menos escolarizados. As regiões com maior prevalência de obesidade são a região autónoma dos Açores (30,4%), seguida do Alentejo (28,2%), área metropolitana de Lisboa (22,5%), Madeira (22,3%), Norte (22%), Centro (20,1%) e Algarve (19,2%). Relativamente à pré-obesidade a região Norte é a que apresenta maior prevalência (36,6%), seguida do Algarve (36,3%), Centro (36,2%), Madeira (35,9%), Alentejo (35,2%), região autónoma dos Açores (31,2%) e área metropolitana de Lisboa (31,1%).

Um sistema europeu de vigilância nutricional infantil

A obesidade infantil em Portugal – Dados do COSI (Childhood Obesity Surveillance Initiative)

O Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI)/World Health Organization Regional Office for Europe é um sistema europeu de vigilância nutricional infantil que produz dados comparáveis entre países da Europa e que permite a monitorização da obesidade infantil a cada 2-3 anos, apresentando-se atualmente como o maior estudo europeu da OMS com mais de 300 000 crianças participantes.

Em 2022, cerca de 31,9% e 13,5% das crianças portuguesas entre os 6 e os 8 anos apresentavam excesso de peso (incluindo obesidade) e obesidade, respetivamente.

Figura 2: Prevalência de excesso de peso (incluindo obesidade) infantil por região de Portugal, 2022. Fonte: Childhood Obesity Surveillance Initiative, 2022

Em 2022, ao contrário do verificado, em Portugal, entre 2008 e 2019, denota-se um aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade infantil (figura 3). De 2008 para 2019, verificou-se uma redução de 22% tanto na prevalência de excesso de peso infantil (37,9% para 29,6%), como na obesidade infantil (15,3% para 12,0%), ao passo que entre 2019 e 2022 se observa um aumento de 7% na prevalência de excesso de peso infantil (de 29,7% para 31,9%) e de 12% na prevalência de obesidade infantil (de 11,9% para 13,5%).

Figura 3: revalência de excesso de peso (incluindo obesidade) infantil por região de Portugal, 2022. Fonte: Childhood Obesity Surveillance Initiative, 2022

COSI 2008

Childhood Obesity Surveillance Initiative, COSI 2008

COSI 2013

Childhood Obesity Surveillance Initiative, COSI 2013

COSI 2016

Childhood Obesity Surveillance Initiative, COSI 2016

COSI 2019

Childhood Obesity Surveillance Initiative, COSI 2019

COSI 2022

Childhood Obesity Surveillance Initiative: COSI 2022

 

O estado nutricional dos idosos portugueses

O Projeto Nutrition UP 65 permitiu melhorar o conhecimento sobre o estado nutricional e em particular sobre a desnutrição, obesidade, sarcopenia, vitamina D e hidratação dos idosos portugueses. Os dados recolhidos providenciarão evidência para o desenvolvimento de programas educativos destinados a pessoas idosas e formação avançada, multidisciplinar e aplicada em nutrição.

Figura 4. Estado Nutricional dos idosos em Portugal.

Dos resultados do Projeto Nutrition UP 65 destacam-se os seguintes:

  • 14,8% dos indivíduos apresentavam risco de desnutrição, e 1,3% estavam, efetivamente, desnutridos. Os restantes 83,9% não apresentavam desnutrição ou risco desta;
  • 44,3% e 38,6%, respetivamente, apresentavam excesso de peso ou obesidade, enquanto 0,2% se enquadravam na categoria de baixo peso;
  • 11,2% dos idosos apresentavam sarcopenia e 1,2% pré-sarcopenia;
  • 3 em cada 4 indivíduos apresentavam fragilidade (21,5%) ou pré-fragilidade (54,3%);
  • Menos de 1/3 dos participantes tinham um estado de vitamina D adequado (31%), existindo 40% com deficiência e 29% com estado inadequado desta vitamina;
  • 16,3% estavam hipohidratados ou em risco de hipohidratação;
  • 84,9% dos idosos ultrapassavam o consumo máximo recomendado de sal (5g/dia).

www.nutritionup65.up.pt

Conteúdo atualizado a 15/01/2025